quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Apresentação prévia do Trabalho

Filme da prévia apresentação.

Internet, zero absoluto na campanha eleitoral

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR

FICO MAL quando vejo o que rola na eleição para presidente. Não por causa de quem ganha ou perde -não apoio nem torço por nenhum candidato. Fico mal pelo papel zero desempenhado pela internet.
Lembra do Obama, azarão até dentro do partido dele, tendo de enfrentar a preferida da máquina democrata, Hillary Clinton? Pois é, foi a internet que virou o jogo.
Com um site superengenhoso, Obama montou uma fantástica fábrica de arrecadação. Usou redes sociais para formar uma base de apoio "grassroots", com pequenos grupos, em cada rua, em cada bairro, unidos em torno do seu nome.
Pode-se argumentar que não deu em nada. Que a esperança de um "wikipresidente", de uma Presidência 2.0, de uma democracia participativa on-line, não se realizou (nem dava -ser presidente dos EUA é uma terrível forma de solidão).
Mas a vitória de Obama foi um ponto de inflexão. Um cara diferente chegou lá de um jeito diferente.
E não é só coisa de americano. Na Colômbia, o segundo colocado na eleição para presidente, Antanas Mockus, era até outro dia um tremendo zé-ninguém. Até que a galera da internet abraçou sua candidatura e quase o elegeu (ele perdeu no segundo turno para um oligarca das antigas).
Engraçado que Mockus é do Partido Verde, como Marina Silva. Achava-se que ela seria uma webcandidata, um fenômeno digital.
Não foi.
Porque, no Brasil... Site eficaz de arrecadação é totalmente inútil. O dinheiro jorra fácil, sempre dos mesmo doadores "superdesinteressados" -basicamente, bancos e empreiteiras.
Presença nas redes sociais? Não, aqui eleição se ganha à base de paternalismo, carisma e cascata. E mais da metade da população, como mostrou esta semana o IBGE, não acessou a internet em 2009.
Eleição 2010? Está mais para 1910.

Facebook é o vilão do boletim, diz estudo

São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010, Jornal Folha de São Paulo

NA ÚLTIMA semana, foi publicado um estudo feito na Holanda que sugere uma relação entre o uso do Facebook e um pior desempenho dos alunos na escola. Apesar de ser uma pesquisa inicial, feita com cerca de 200 jovens, ela traz considerações interessantes.
Segundo o estudo, jovens que ficam conectados a redes sociais têm notas 20% piores do que aqueles que não permanecem conectados. Qual seria a causa?
Quem usa internet sabe que é comum ter várias janelas e canais de comunicação abertos ao mesmo tempo. Assim, enquanto faz pesquisas escolares e estuda, o jovem também "conversa" com amigos, posta mensagens e fotos, checa o que seus amigos escrevem, baixa música e vê filmes.
Mal comparando, é como se você abrisse um livro para estudar para uma prova, mas também estivesse falando ao telefone, lendo uma revista e assistindo à televisão. É lógico que a atenção e a concentração devem ficar prejudicadas, e a qualidade do estudo cai.
Muito já se disse sobre a capacidade dessa geração de ter uma atenção flutuante, ou seja, poder fazer várias coisas ao mesmo tempo, sem prejuízo da qualidade com que executa as atividades. Vamos combinar que isso é difícil de acreditar, não é? Há um limite para isso!
Além do que, quem passa horas conectado às redes sociais acaba tendo menos tempo para estudar. Aliás, esse foi outro resultado da pesquisa. Talvez tudo isso aponte para uma constatação óbvia: para focar sua sua atenção na hora de estudar talvez seja uma boa ideia ficar off-line das redes sociais. Da mesma maneira que é bom desligar a TV na hora de ler um livro, certo?
Um grupo de pesquisa está fechando estudo de uso de internet com mais de 10 mil jovens de todo o Brasil. Daqui a algumas semanas, conto o que constatamos. Por enquanto, para saber mais sobre essa pesquisa, acesse bit.ly/csptgz. É isso!



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Computador transforma aulas em escola de SP

Uso do laptop despertou interesse de estudantes e aumentou as notas

São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010, Jornal folha de SP – caderno Cotidiano
Escola municipal é uma das que integram um projeto-piloto do MEC; meta é dar equipamento para mais 300 colégios.

GUILHERME VOITCH COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O microcomputador XO tem cerca de 1,5 kg, menos de 25 cm tanto no comprimento quanto na largura e lembra um brinquedo infantil. Em 2007, ele passou a ser usado em sala de aula, na escola municipal Ernani Silva Bruno, em Taipas, zona norte de São Paulo, como parte do programa Um Computador por Aluno, do MEC (Ministério da Educação). O computador com jeito de brinquedo mudou a realidade do colégio. Em 2007, o 9º ano da escola teve 3,4 de nota no Ideb (avaliação do MEC que leva em conta as aprovações e o desempenho em português e matemática). No ano passado, a média dos alunos na avaliação subiu para 4,5, superando a meta de 4,2 projetada pelo próprio ministério. O sucesso do projeto levou a Escola Politécnica da USP a produzir uma série de vídeos que contam como professores e alunos têm utilizado o computador em sala. Finalizados há um mês, os vídeos estão disponíveis no YouTube (http://migre.me/ 17Kb4) e podem auxiliar outros educadores. "É uma experiência que precisa ser levada para outras escolas e professores", afirma Lídia Chaib, autora do vídeo. Com o XO, os alunos do Ernani Silva Bruno treinam redação fazendo blogs, estudam geografia e ciências com ajuda da internet e aprendem a pronúncia das palavras em inglês com um programa de tradução. Os educadores da rede particular, onde o uso da informática é mais comum, aprovam a experiência. "Com a tecnologia e um professor preparado, você consegue dar um salto de qualidade", afirma Almir Brandão, diretor do Centro de Pesquisa e Tecnologia do Grupo Unip-Objetivo. "O uso do computador permite ao aluno com dificuldade ir atrás do reforço e ao aluno adiantado buscar algo mais do que está na aula expositiva", afirma Nilson Curtis, diretor-superintendente do Sistema COC de Ensino. O aluno Jéferson Rodrigues Gomes, 11, é um exemplo do impacto que os computadores trouxeram à escola municipal. No ano passado, ele teve seu primeiro contato com o laptop. Deu tão certo que o garoto foi selecionado para ser monitor. Assim como a escola Ernani Silva Bruno, outras quatro instituições participam do projeto-piloto do MEC, com computadores doados pela ONG One Laptop Per Child. Todas atingiram suas respectivas metas no Ideb e apenas uma não teve aumento de nota entre 2007 e 2009. A previsão do ministério é que, até o final do ano, outras 300 escolas de todo Brasil recebam os laptops, a um custo de R$ 550 por máquina.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O uso de computadores por estudantes está relacionado a um pior desempenho

Inclusão digital equivocada



As políticas de inclusão digital, que estimulam o uso de computadores nas escolas, podem estar gravemente equivocadas, de acordo com um estudo realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A pesquisa mostra que o uso de computadores para fazer tarefas escolares está relacionado ao pior desempenho dos alunos - principalmente entre os mais pobres e mais jovens.

O trabalho, publicado na revista Educação e Sociedade, foi coordenado por Jacques Wainer, do Instituto de Computação, e por Tom Dwyer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A equipe utilizou dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2004.


Mais computador, nota mais baixa



"Existe hoje uma posição dominante favorável ao uso do computador nas escolas, como se ele estivesse associado a uma melhoria uniforme no desempenho do aluno. Mas constatamos que ocorre o contrário: entre alunos da mesma classe social os que sempre usam têm pior desempenho", disse Wainer à Agência FAPESP.

Do ponto de vista de políticas públicas, o estudo aponta que é preciso entender melhor o fenômeno do impacto dos computadores nas notas dos alunos antes de defender a inclusão digital baseada na distribuição de tais equipamentos.

O pesquisador destaca que a avaliação de que o computador é uma ferramenta neutra é equivocada. "Como o computador é bom para nós, professores, por exemplo, tendemos a achar que ele é útil para todos. Mas ele não é uma solução mágica para a educação", disse.